Enquanto as águas do Guaíba e demais rios e lagos no Rio Grande do Sul estão abaixando, a Força Aérea Brasileira (FAB) permanece engajada com as demais forças armadas na Operação Taquari II em apoio aos gaúchos. No último final de semana a Aeronáutica empregou, pela primeira vez, o Babypod, uma incubadora especial, para realizar a Evacuação Aeromédica (EVAM) de um bebê com apenas cinco dias de vida. 

A operação no município de Candelária (RS) contou com militares dos esquadrões Falcão e Puma (1º e 3º/8º GAv) e especialistas em saúde da própria FAB, que usaram um helicóptero H-36 Caracal (Airbus H225M) na missão. O recém-nascido foi transportado com o Babypod até São Leopoldo para receber tratamento especializado. 

“Era um paciente recém-nascido de cinco dias, que começou a ficar com sintomas de icterícia, até que chegou em um ponto que só fazer o tratamento com luz azul, indicado para icterícia, já não seria suficiente”, explica o Médico Pediatra da FAB, Aspirante Erasmo Assumpção. “Foi, então, necessário fazer outro procedimento chamado Exsanguíneotransfusão, que consiste em tirar o sangue e a bilirrubina, colocando soro fisiológico no lugar.”

A FAB destaca que a nova incubadora foi fornecida para Operação Taquari 2, pela Equipe Aeromédica da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), levando o equipamento por meio da Base de Londrina do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Paraná, em parceria com o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul (CBMRS). 

Preparado para o transporte de bebês de 2 a 8 quilos, o Babypod utiliza a mesma tecnologia, materiais e recursos de design que protegem os pilotos da Fórmula 1.

Marinha resgatou bebê no mesmo final de semana

Ainda no domingo (02), foi a vez da Marinha do Brasil realizar a EVAM de outra recém-nascida, esta ainda mais jovem, com apenas três dias. A pequena bebê estava em Rio Grande, no sul do RS, e precisava de atendimento neurocirúrgico de urgência. 

Operando a partir da Base Aérea de Canoas, o esquadrão HU-2 da Marinha decolou como uma equipe médica da FAB para resgatar a criança, também utilizando o Babypod. “O nosso acionamento foi próximo do pôr do sol. Por isso, tivemos que utilizar a capacidade dos óculos de visão noturna para o pouso em Porto Alegre, para que a paciente tivesse melhor suporte das necessidades médicas”, explica o Capitão de Corveta Douglas Paiva Aguiar, comandante do helicóptero UH-15 Super Cougar utilizado na operação. 

O Coordenador da equipe médica da FAB, Capitão (Médico) Vinicius Guimarães Tinoco Ayres, explicou que “o bebê possui uma má formação grave na medula lombossacra, que ocasiona aumento da pressão no sistema nervoso central, e, por isso, precisou de uma neurocirurgia especializada em um centro de alta complexidade em Porto Alegre”, destacou.

Até o momento, mais de 71 mil pessoas foram resgatadas pelo Exército, Marinha e Força Aérea durante a Operação Taquari II. 

Via Força Aérea, Agência Marinha.