O retorno das chuvas ao Rio Grande do Sul nos últimos dias trouxe mais transtornos aos gaúchos. Ainda envolvida na Operação Taquari II, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou na quarta-feira (19) o resgate de uma gestante ilhada no município de Agudo. Na missão, foi empregado um helicóptero H-60 Black Hawk. 

De prontidão na Base Aérea de Canoas – que também tem servido como terminal para voos que pousariam em Porto Alegre – o Esquadrão Pantera foi acionado para a Evacuação Aeromédica (EVAM) da paciente, que segundo a FAB, apresentava sangramento e sinais de desidratação. 

Localizada na Região Central do RS, a cidade de Agudo está ilhada por conta dos bloqueios terrestres, resultado das enchentes que devastaram partes do RS em maio. Dessa forma, o resgate aéreo era a única alternativa. 

Conforme o Capitão Médico Vinicius Guimarães Tinoco Ayres, a vítima exigiu uma ação ágil da equipe. “Tivemos que embarcá-la na aeronave rapidamente, estabilizá-la a bordo e pegar acesso venoso para levá-la ao local de referência mais próximo”, explica. “O deslocamento do ponto onde ela estava até o hospital foi breve, em torno de dez minutos de voo. A remoção foi realmente necessária, pois havia uma tendência de piora no quadro de saúde ao longo das horas seguintes”, afirma o militar.

A gestante foi entregue estável aos cuidados médicos em terra. Depois do desembarque da aeronave, ela foi encaminhada à unidade hospitalar a partir de ambulância.

Hospitais de Campanha em Canoas 

Além do amplo emprego de meios aéreos, presentes na Operação desde os primeiros momentos das enchentes no RS, a Aeronáutica também mantém um Hospital de Campanha (HCAMP) em Canoas. 

Instalados há cerca de um mês, os HCAMP 1 e 2 já somam mais de 20 mil atendimentos à população. Eles oferecem assistência psicológica, médica e odontológica, dando suporte à saúde pública na região, altamente afetada pelas cheias. 

“O HCAMP1 veio para fazer todo o atendimento que a cidade está necessitando, uma vez que as unidades básicas de saúde e as UPAs não estão funcionando”, afirma o comandante do HCAMP1, Major Médico Aluizio Paiva Gonçalves. 

Já no HCAMP2, os atendimentos odontológicos e ginecológicos estão entre os mais demandados, afirma a sua comandante, a Major Médica Ana Maria da Trindade Castello Branco. “Estamos conseguindo fazer de 15 a 20 atendimentos por dia, o que é um recorde para qualquer dentista. Também temos, entre os nossos métodos de diagnóstico, raio-x e ultrassom, que combinado com a ginecologia, nos permite atender muitos casos, inclusive alguns mais complexos.”